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Você realmente compra os alimentos que escolhe?

Você realmente compra os alimentos que escolhe?

Você realmente compra os alimentos que escolhe? Ou está sendo seduzido para comprar o que não deve?

Você tem noção da força que a mídia tem de influenciar as pessoas para que consumam alimentos que causam o sobrepeso e a obesidade?

E no caso de mídias voltadas às crianças? Os pequenos não fazem compras, mas, será que influenciam as compras da casa? A resposta é sim!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) nos fala que a obesidade infantil é um dos mais graves problemas de saúde pública na atualidade.

Crianças obesas podem desenvolver doenças crônicas que só apareciam em adultos, impactando negativamente em sua saúde, qualidade de vida e até mesmo na expectativa de vida.

Pesquisa divulgada recentemente no Brasil divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos mostra que um terço das crianças entre 5 e 9 tem sobrepeso (peso acima do recomendado).

Outras pesquisas demonstram que existe uma relação entre a utilização de mídias digitais e o consumo de alimentos e bebidas de baixo valor nutricional.

Repare que aqui no Brasil os alimentos que são mais frequentemente anunciados nas mídias são dos grupos que contem gorduras, óleos, açúcares e doces, fast foods e guloseimas.

As crianças e adolescentes tem um papel de grande influência na escolha dos itens que serão comprados e consumidos pelas famílias.

Observe nos supermercados a disposição dos doces, salgadinhos, refrigerantes. Geralmente ficam numa área e altura ao alcance dos olhos, dedos e sentidos dos pequenos consumidores.

Por outro lado, os jovens (e muitas vezes os adultos também) não têm maturidade suficiente para fazer escolhas saudáveis e fazer boas decisões de compra, e sendo altamente influenciados pela mídia geralmente dão preferência para a compra e consumo de alimentos nutricionalmente pobres, e que causam frequentemente a obesidade infantil.
Você já viu algum anúncio ou campanha que alegremente incentive o consumo de agrião ou frutas para crianças? Infelizmente nem verá!

Estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, com 3.668 meninos e 4.604 meninas (com as idade entre 9 e 15 anos) que preencheram questionários previamente validados para a população adolescente analisou as relações entre o tempo que os jovens utilizavam mídias de tela (televisão, jogos eletrônicos, DVDs) e a mudança no consumo de alimentos de baixa qualidade nutricional (junk food ou comidas lixo), os quais são frequentemente anunciados nesses formatos de mídias (bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos, fast-foods, doces, salgadinhos) e a baixa ingestão de frutas e hortaliças.

Os adolescentes do estudo foram acompanhados durante dois anos.

Os resultados mostraram que quanto mais tempo o jovem gastava por dia junto à televisão, jogos eletrônicos e DVDs havia um aumento na ingestão de alimentos de baixa qualidade nutricional total, ou seja, aumentava a ingestão de bebidas açucaradas, fast-foods, doces e salgadinhos e também ocorria a diminuição do consumo de frutas e hortaliças.

Os autores ressaltam que estes resultados reforçam o fato de que o marketing de alimentos pode influenciar ligações entre tempo de utilização das mídias de tela, a dieta e gordura corporal.

A recomendação dos especialistas é que a quantidade de marketing de produtos não saudáveis voltados para a juventude nessas mídias seja melhor controlada, para contribuir no combate à obesidade.

Isto já ocorre com o marketing de produtos como cigarros e bebidas alcoólicas, e atualmente há uma grande discussão (além de disputas comerciais e políticas) se também deve acontecer com o marketing de alimentos que causam a obesidade.

E você, o que pensa a respeito?