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Visão e audição podem ser afetadas pelo excesso de tecnologias digitais?

Visão e audição podem ser afetadas pelo excesso de tecnologias digitais?

O excesso da utilização das tecnologias e mídias digitais que acontece com crianças, jovens e adultos na atualidade pode causar doenças e problemas com a audição e a visão.

O hábito de ouvir músicas e vídeos no celular, tablet e computador com fones de ouvido, num volume excessivo pode causar perda de audição ao longo do tempo, a chamada PAIM (Perda de Audição Induzida pela Música) que é análoga à PAIR (Perda de Audição Induzida pelo Ruído) que acontece com trabalhadores expostos a ruídos excessivos e prolongados em sua jornada de trabalho.

A diferença é que os ruídos são incômodos e não desejados, enquanto a música é desejada e as pessoas escutam em volumes excessivos por sua própria vontade.

Saiba como se proteger desses perigos que comprometem a saúde e a qualidade de vida das crianças, jovens e adultos.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) o volume de 85 dB (decibéis) durante oito horas já é considerado prejudicial, e a cada 5 dB de aumento, o tempo permitido de exposição deve ser reduzido pela metade.

Se forem 90 dB o máximo serão 4 horas, 95 dB 2 horas, 100 dB 1 horas e assim por diante.

As empresas devem fornecer os EPIs, ou equipamentos de proteção individual aos trabalhadores expostos à ruídos excessivos e tomar medidas de proteção coletiva. Acima de 120 dB é lesivo sendo chamado de trauma acústico, levando à perda de atenção súbita.

As pessoas que voluntariamente ouvem som e músicas em volumes extremos o fazem por própria vontade, mesmo sabendo dos riscos aos quais estão se expondo.

Esses volumes levam à perda progressiva da audição neurossensorial, que costuma ser irreversível.

Além disso outros sintomas podem ser dor de cabeça, irritabilidade, alteração do humor e do sono.

Hoje em dia com o uso excessivo de música alta diretamente em fones de ouvido temos jovens com perda auditiva cada vez mais precocemente, de forma irreversível.

Pesquisa em Singapura concluiu que cerca de 16% da população jovem corre o risco de desenvolver perda de audição devido a seus hábitos musicais, e ouvir sons altos por tempo prolongado usando fones de ouvido.

Quanto à visão, o uso excessivo de telas, de celular, tablets e computadores, além da TV, faz com que pisquemos menos os olhos, o que afeta a lubrificação dos mesmos causando irritação ocular, olhos secos, ardor e dor de cabeça.

Além disso, ao olhar sempre para uma tela próxima, há um esforço dos músculos oculares para que a imagem fique nítida, gerando mais dor de cabeça e a síndrome da visão cansada, alteração da visão, incômodo à luz, lacrimejamento e ardência nos olhos.

A luz azul das telas dos aparelhos eletrônicos afeta o ritmo circadiano, nosso relógio biológico que controla o ciclo de sono e vigília, podendo acarretar alteração dos padrões do sono além de insônia.

 

A ergonomia é importante a fim de não forçar a coluna cervical e gerar lesões nos braços e mãos devido à má postura e esforços repetitivos.

Que cuidados precisam ser tomados para que esses sentidos não sejam prejudicados?

Para que não aconteçam problemas devido ao uso excessivo de tecnologias digitais, afetando principalmente a visão e a audição, devemos controlar seu uso para no máximo 4 horas diárias, com um cuidado ainda maior com as crianças pequenas.

Evitar volumes altos, acima de 80 dB nos fones de ouvido, usar um filtro de luz azul nos celulares, para evitar afetar o relógio biológico, e aumentar o contato com a natureza e praticar atividades esportivas regularmente.

Uma interessante pesquisa pela empresa AVG Technologies, desde 2010, mostrou que 66% das crianças na faixa etária de 3 a 5 anos conseguem jogar no computador, 47% sabem operar um smartphone, mas somente 14% sabem amarrar os cadarços e só 23% delas sabem nadar.

A OMS estima que cerca de 13 a 15% das pessoas nos diversos países inclusive o Brasil possui problemas auditivos, o que são cerca de 28 milhões de pessoas, muitas delas devido a problemas com o uso excessivo de tecnologias digitais.

Quem está mais suscetível a desenvolver o problema?

Crianças e jovens que utilizam em excesso, mais do que 2 a 4 horas ao dia, mídias e tecnologia digitais, som alto diretamente nos fones de ouvido e olhar para telas de celular, tablet, games, computadores e TV.

Mas não são essas as únicas causas, existem doenças que podem causar perda de audição e visão, independentemente do uso das tecnologias digitais.

No caso da visão, o glaucoma que é o aumento da pressão ocular, catarata, degeneração macular, traumatismos, diabetes mellitus.

No caso da audição o uso de alguns tipos de antibióticos, infecções auditivas de repetição, transtornos metabólicos, doenças do ouvido médio e interno.

Cuidado com os excessos, e se sentir qualquer alteração na visão e audição procure seu médico assistente para avaliação.