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Síndrome do Ninho Vazio – Como superar esta fase? Parte 1

Síndrome do Ninho Vazio – Como superar esta fase? Parte 1

A Síndrome do Ninho Vazio é a sensação de tristeza, vazio, depressão, irritabilidade, sofrimento que os pais sentem quando os filhos saem de casa para ir viver suas próprias vidas, estudar, trabalhar ou casar.

Apesar de ser muito frequente e habitual na sociedade, esta síndrome, quando muito pronunciada mostra que esta família tem uma relação disfuncional entre seus membros, pais e filhos pois evidencia sofrimento em uma situação natural da vida.

Quando os filhos cresceram e tornam-se adultos, é normal, saudável e esperado que saiam de casa para viver suas vidas, e a partir de então a relação com os pais naturalmente muda para um novo patamar, mantendo o amor interiorizado, porém não mais perto como antes.

Os filhos trabalham, têm suas próprias relações afetivas, amizades, outros interesses, e o tempo passa a ficar mais limitado, mas isso não quer dizer que o afeto e o amor entre filhos e pais foi modificado.

O que acontece muitas vezes é que os pais viveram por muito tempo em função dos filhos, e quando esses vão para suas vidas, fica a sensação de vazio de um lugar que o filho preenchia. Isso não é saudável para a família.

Quando os filhos saem de casa, se os pais tinham uma vida própria com suas atividades pessoais, profissionais, boa relação entre o casal, sentirão a mudança, mas continuarão se mantendo bem emocionalmente, cumprindo suas funções, priorizando a relação do casal, descobrindo novas atividades, sem a presença dos filhos.

Quando os pais viviam em função dos filhos, essa falta será sentida como sofrimento, e uma relação de dependência pode se revelar, gerando ressentimentos, mágoas, culpa, cobranças e prejuízo na relação entre eles.

É natural uma sensação de “estranheza” quando um filho vai embora de casa, devido a preocupação com seu futuro, à vontade de evitar que sofra e o desejo que seja feliz.

Isto acontece devido ao amor e a tantos anos de convivência, aos hábitos familiares criados, às saudades e necessidade de adaptação às novas condições da família.

Os filhos não devem ser tratados como projetos dos pais, não vieram ao mundo para satisfazer as vontades e necessidades destes pais, ou se sentirão culpados ao ir para a Vida, e podem viver relações doentias, não ter sucesso pessoal nem profissional.

Quando os pais mantêm todo o tempo cada um seus projetos de vida pessoais e também de casal passarão tranquilamente por esta fase, mantendo suas vidas de maneira alegre e saudável, sem sofrimento, culpa ou vazio.

O amor adulto entre pais e filhos é um amor que se encontra dentro de cada um, não necessita o tempo todo estar perto.

A função dos pais é tornarem-se desnecessários, mostrando assim que criaram e educaram adequada e saudavelmente seus filhos, que agora irão para suas vidas com preparo e uma forte base emocional e afetiva, e assim a família segue adiante, de acordo com as leis naturais da Vida.

Muitos pais pensam que devem mimar os filhos, porém esta atitude não é saudável em nenhuma idade, nem com filhos pequenos, quanto mais com filhos adultos!

Mimar é uma postura infantil da parte de quem assim age, que assume a posição que o outro também é infantil e precisa ser tratado como criança.

Mimar é o reflexo de uma relação não saudável, infantilizada, de dependência, e não deve acontecer nas famílias.
Tratar bem um filho que vem visitar é normal e saudável. Matar a saudades, demonstrar afeto, preparar algo que ele gosta, agradar, tudo isso faz parte das relações afetivas saudáveis de uma família que se ama, não se trata de mimar.

Os pais que amam e se preocupam querem sempre que seus filhos estejam bem.

Quando estes filhos ainda são jovens, dependentes financeiramente, e saem de casa por exemplo para estudar, precisam ser monitorados e devem satisfação e prestação de contas aos seus pais.

Não se bancam ainda sozinhos nem tem ainda maturidade suficiente para viverem por si. Nesta fase contam com o investimento e a confiança de seus pais, de que se comportarão adequadamente.

Quando são autossuficientes, trabalham e se sustentam, saem para uma outra cidade para trabalhar, ou casar, já são responsáveis por suas próprias vidas, e os pais devem estar felizes por terem os educado e criado bem.

Agora esses filhos podem comprovar sua boa formação assumindo suas existências e partindo para cumprir seus próprios destinos.

Não é mais necessário preocupação, e a relação será entre pais e filhos adultos, com amor, confiança e respeito.