Câncer, a prevenção e o tratamento requerem um olhar sistêmico!
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Relacionamento abusivo é aquele no qual um dos parceiros, homem ou mulher, tem a necessidade de exercer poder e controle sobre o outro. Isto pode ocorrer de diversas formas, há o abuso físico, emocional, verbal e sexual.
O relacionamento inicia sem qualquer sinal de abuso, pois o abusador é uma pessoa manipuladora, e esperará o momento certo para iniciar progressivamente a exercer o abuso.
Geralmente o abusador também sofreu abusos ou presenciou relacionamentos em sua família de origem que reproduziam este padrão, e sendo assim adoece emocionalmente e passa a repetir este padrão comportamental.
Importante também entender que a pessoa que é abusada e permanece nesta relação pode ser tão doente quanto o abusador, ambos são atraídos para esta relação e alimentam-se dela.
Muitas vezes o abusado defende o abusador, e acredita em suas promessas repetidas que irá mudar, que realmente ama, e que não repetirá o comportamento agressivo.
O abusado não aceita os alertas e se afasta de amigos e familiares que enxergam esta situação, se isolando e sofrendo ainda mais os efeitos do abuso.
Um relacionamento afetivo maduro entre pessoas emocionalmente saudáveis não tem nada a ver com jogos de poder e abuso, esta é uma relação doentia em que ambos necessitam de tratamento.
Uma relação saudável inicia com atração, paixão e admiração, ambos olham um para o outro, sentem necessidade de estarem juntos e muitas vezes ninguém mais é necessário.
Com o tempo, continuidade e amadurecimento da relação, a paixão se arrefece, mas pode permanecer embora transformada, e o amor se mostra, com a afinidade.
Ambos não necessitam mais olhar exclusivamente um para o outro. Juntos, de mãos dadas caminham na mesma direção, alinhando projetos, e compartilhando suas histórias, com cuidados, respeito, atenção, afeto, sexualidade e amor. Assim fazem projetos e constroem juntos suas vidas.
Muitas vezes casais muito jovens por vezes adolescentes, lembre o caso dos famosos Selena e Justin Bieber, começam a namorar e “casam-se” muito cedo, em uma idade extremamente precoce para uma relação dar certo.
Não que não seja possível casais que se unem jovens permanecerem juntos em uma união saudável. Esta possibilidade é pequena, mas existe, porque nesta idade os jovens ainda estão se conhecendo, descobrindo seus afetos, preferências, conhecendo outras pessoas e experimentando diferentes modelos de relação.
Existem vários sinais em uma relação abusiva, que são perceptíveis geralmente por quem está de fora e conhecia a pessoa atualmente abusada, percebendo como esta se transformou, embora esta não consiga enxergar e procure justificar para si mesma o que acontece. Para os outros, ela geralmente procura esconder o que ocorre.
Estes sinais são os ciúmes excessivo, a possessividade e necessidade de controle sobre todos os atos do outro. O abusador quer saber detalhadamente onde o outro foi, o que fez, com quem, acusa de traição, agride verbal ou mesmo fisicamente, mostra que é superior, tenta afastar o outro de suas amizades e de seus familiares, força situações e relações sexuais, manipula emocionalmente, e pune o outro quando não é obedecido.
O abusador em sua doença nunca reconhece que age desta maneira e acha um modo de culpar o outro por seu comportamento. Quando a situação se mostra extrema a ponto de romper-se, prometer mudar, e apresenta uma postura humilde para logo mais voltar ao comportamento anterior.
A pessoa abusada pode reconhecer que a relação ocorre desta maneira, mas como também se encontra doente, tenta justificar, compreender, achar que irá modificar o abusador, ou pode mesmo ter dificuldades em sair desta relação, por uma dependência emocional, afetiva, financeira ou mesmo por medo e falta de vislumbrar outras possibilidades.
Quando a situação estiver insustentável para o abusado, que cansado de sofrer realmente decide sair, este deve colocar-se para o outro, e somente aceitar permanecer na relação se o abusador aceitar submeter-se a um tratamento médico e psicoterápico.
Se isto não ocorrer o melhor a fazer é procurar ajuda de sua família e amigos, e por vezes jurídica, e encontrar uma maneira de afastar-se da relação, sem mais justificativas ou desculpas.
Além disto deve também procurar um tratamento para si próprio, pois as sequelas emocionais de uma relação abusiva podem contaminar seu futuro e suas crenças sobre relacionamentos, muitas vezes impossibilitando que venha a ter novas e saudáveis relações afetivas.