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Filhos que exigem cada vez mais de seus pais. Assim não dá para ser feliz!

Filhos que exigem cada vez mais de seus pais. Assim não dá para ser feliz!

“As exigências (dos filhos) aos pais vão contra à Vida, ao desejo de evoluir, de ser criativo.

Somente podemos evoluir graças aos nossos pais terem sido imperfeitos.

As dificuldades são a fonte da força que nos faz agir e evoluir.”

Bert Hellinger

A Ordem da Hierarquia, segunda Lei do Amor e da Vida nos ensina que os filhos são menores que os pais.

Sempre serão, em qualquer idade. Quem chegou antes é maior.

Filhos não devem julgar seus pais, não devem interferir em seus assuntos de casal, não devem tomar partido de um contra o outro.

Não devem assumir o papel de pais dos pais, ao custo de desequilíbrio, disfunções e doenças na família.

Podem contribuir enquanto filhos, e deixar os assuntos dos adultos serem resolvidos entre eles.

A Ordem da Compensação, terceira Lei do Amor e da Vida, refere-se ao Dar e Receber. Nos ensina que todas relações precisam estar em equilíbrio.

Em uma relação horizontal, de mesmo nível, entre um casal, profissional ou amizade, o dar e o receber devem caminhar juntos.

Alguém nos dá algo, ficamos felizes, queremos dar sempre um pouco a mais em retorno, o outro também o faz. Essas atitudes alimentam a relação, a fazem crescer em Amor.

Quando só um dá e o outro só toma, se cria uma dívida que se torna impagável com o tempo.

Por não suportar dever tanto, o devedor acaba arrumando uma maneira de sair da relação, seja abandonando, fugindo ou traindo, e quem deu tanto se sentirá altamente injustiçado, magoado, e talvez com ódio, sem saber que foi também responsável pelo sofrido desenlace.

Você conhece casais onde um deu demais e acabou traído pelo companheiro ou companheira, com uma sensação amarga de injustiça e abandono, trocado por outra pessoa, vítima da situação?

A Lei da Compensação nos mostra que há um outro tipo de relação, vertical, com ajuste diferente da relação horizontal entre iguais.

Essa é a relação que se dá entre os mestres e alunos, e entre Pais e Filhos.

A Vida chegou ao filho através dos pais. Não há nada cujo valor seja maior que a Vida.

Não há como retribuir a Vida, de nenhuma maneira. Os filhos nunca poderão pagar em retorno o que receberam, a oportunidade de viver.

Muitos filhos se sentem tão devedores aos pais, que permanecem a vida toda “grudados” em sua família de origem.

Não se doam integralmente às suas famílias atuais, que se tornam fracas.

Sua energia fica voltada para o passado, não para o futuro, têm mais energia para seus pais, não para os seus próprios filhos.

A Vida nos ensina que a única maneira de compensar essa dívida com os pais é levando a Vida adiante, para nossos filhos.

Só assim retribuiremos o que recebemos dos pais, e a família continuará no caminho da Vida.

Quando não temos filhos, podemos agradecer repassando ao mundo nossos dons, doar através de ações sociais, comunitárias, arte, espiritualidade ou outras formas, compensando a Vida que recebemos ajudando outras pessoas.

Assim não ficamos devedores e continuamos levando a Vida adiante.

Há filhos que mesmo tendo recebido tanto, surpreendentemente ainda se sentem credores dos pais.

Cobram dos pais o afeto que julgam não ter recebido, atenção, amor, carinho.

São eternos pedintes dos pais e da Vida.

Nada nunca será o suficiente para eles.

Quando entram em uma relação, cobram dos outros, inconscientemente o que julgam que os pais não deram.

Nas suas almas não veem um parceiro, um amigo, ou mesmo um governo, mas sim uma mãe ou um pai que esperam lhes supra as carências de sua emoção infantil.

Filhos não devem cobrar seus pais pelo que acham que não receberam.

Os pais se sentem magoados e se fecham quando são cobrados por seus filhos. A relação fica comprometida.

Nossos pais nos deram tudo o que podiam ter dado, fizeram o melhor que podiam.

Mesmo quando abandonaram seus filhos, foi o possível para eles.

Nada pode ser maior que a Vida, e essa chegou até nós.

Enquanto os filhos continuarem cobrando, não se libertarão, permanecerão prisioneiros de suas emoções.

Terão dificuldades nos seus relacionamentos, nas profissões, com a saúde, com a prosperidade, não terão sucesso.

A Vida não fluirá em harmonia, e a causa é essa dificuldade em aceitar seus pais, e aceitar a Vida com ela é.

Os pais não são criaturas divinas e perfeitas. São como nós, de carne e osso, humanos, imperfeitos, também carentes.

Nossos pais viveram seus próprios problemas e dificuldades nas relações com seus próprios pais, que também passaram por essas situações com os seus.

Devemos honrar e reverenciar os pais e todos nossos antepassados, dos quais viemos, e que nos constituem.

Excluí-los, negá-los ou julgá-los é negar e julgar a nós mesmos, e como consequência bloquear o livre fluir da Vida.

Um movimento da alma que faz a Vida voltar a caminhar é aceitar com gratidão tudo o que receberam, e dizer “Sim” à Vida e aos pais.

“Foi o suficiente, vocês foram os pais certos para mim. Vou para a vida, com gratidão”.

“O que eu não tive, eu mesmo providenciarei para mim, como adulto”.

A Vida pode voltar a fluir quando reconhecemos, respeitamos e seguimos essas Ordens ocultas do Amor.