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Esquizofrenia é uma doença mental. É preciso diagnosticar e tratar – Parte 1

Esquizofrenia é uma doença mental. É preciso diagnosticar e tratar – Parte 1

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crônica, com múltiplos sintomas, que requer continuidade de tratamento durante toda a vida.

A esquizofrenia atinge cerca de 1% da população mundial e quando se manifesta, frequentemente o faz entre o final da adolescência e início da vida adulta.

O nome da doença foi dado pelo psiquiatra suíço Bleuler no início do século XX, e tem origem nas raízes gregas schizo (cindir, dividir) e phren (mente), o que mostra que se acreditava que a mente estaria cindida nos pacientes esquizofrênicos.

Muito se comenta dos principais sintomas da esquizofrenia!

A esquizofrenia desencadeia sintomas psicóticos de diversos tipos, sendo que cada doente poderá desenvolver alguns destes sintomas, que poderão também se modificar e alternar durante as fases da doença.
Há os sintomas das fases iniciais, que aparecem antes do diagnóstico da doença, como a irritabilidade, humor depressivo, alterações de sono, redução da capacidade de experimentar o prazer, retraimento e isolamento, irritabilidade, desconfiança, pensamentos distorcidos e desorganizados.

Quando a doença se manifesta há os sintomas positivos, mais chamativos como os delírios e as alucinações, como os delírios de perseguição, quando o paciente acredita estar sendo vigiado e perseguido por pessoas ou instituições, e os delírios de referência, quando acredita que notícias e passagens de livros por exemplo são direcionados a eles, além de outros, em que crêem que outras pessoas lêem sua mente e lhes forçam pensamentos, ou alucinações principalmente auditivas quando ouvem vozes que comentam sobre si ou mandam que tenha variados comportamentos.
Os sintomas negativos são déficits, quando o paciente tem seu afeto reduzido e embotado, redução do contato social, linguagem e afeto empobrecido, dando a impressão que há um vazio interno, além de perda de motivação e de sentido da vida.

Com o tempo a doença pode evoluir para déficits cognitivos mais graves, comprometendo seu trabalho, as relações afetivas e familiares e até mesmo o autocuidado, gerando desemprego, isolamento e perda da qualidade de vida.

Algumas pessoas confundem a doença com transtorno de personalidade, mas será que a esquizofrenia causa algum tipo de mudança de personalidade no paciente?

A personalidade do paciente esquizofrênico se transforma e vai se modificando progressivamente com a evolução da doença e o agravamento dos sintomas, com o isolamento social, a falta de prazer e motivação, os delírios e alucinações.

No início da doença os sintomas podem passar despercebidos ou serem confundidos com outras doenças, e até mesmo levantar a suspeita da família do uso de drogas, e quando aparecem os sintomas positivos, mais chamativos, como os delírios, a família busca uma avaliação médica e o diagnóstico pode ser feito.

Os pacientes têm consciência de que possuem esquizofrenia ou precisam de ajuda da família e dos amigos para procurarem tratamento médico?

Os pacientes acreditam que seus delírios e alucinações são reais, e quando são confrontados até mesmo pela família passam a acreditar que eles também fazem parte daqueles que o perseguem ou ameaçam.
Alguns pacientes, uma pequena porcentagem, quando aderem ao tratamento e mantém-se assintomáticos ou pouco sintomáticos, podem perceber quando se inicia uma recaída da doença, buscando a orientação médica antes que nova crise se instale.

Como as alucinações se manifestam? Elas tendem a aparecer de forma diferente durante o dia ou possuem algum tipo de “padrão”?

Os delírios e alucinações são caracterizados como “sintomas positivos” e são percepções distorcidas da realidade.
O paciente pode acreditar que é perseguido e observado, que as pessoas estão tramando algo contra ele e irão envenená-lo, e pode escutar vozes de seus “perseguidores”, que que fazem comentários e dão ordens a ele.
Estes sintomas, embora sejam os mais impressionantes e chamativos são os que respondem mais rapidamente a um tratamento.

No próximo post continuaremos com fatos sobre a esquizofrenia, tratamento convencional e integrativo.