Artigos

Cuidando do portador de Alzheimer e de seus cuidadores!

Cuidando do portador de Alzheimer e de seus cuidadores!

Nesse post iremos abordar a questão psicológica do portador de Alzheimer e de seus cuidadores, aspecto fundamental no acompanhamento desta condição.

Sabemos que essa doença afeta progressivamente o comportamento, memória e afetos de seu portador, e por ser crônica e degenerativa, seus cuidadores vão sendo cada vez mais sobrecarregados e também devem se abrir para serem cuidados, ou tem grande possibilidade de adoecer, de estresse, depressão e até burnout.

Como o tratamento psicológico auxilia no portador de Alzheimer?

A terapia psicológica pode ser feita com o paciente com doença de Alzheimer, se este estiver na fase inicial da doença, quando ainda não há grave declínio cognitivo e ele possa participar de discussões e reflexões a respeito de si, sua doença e momento de vida.

A terapia com o paciente servirá para que ele possa lidar com os seus medos, ressignificar suas histórias, e se apropriar de significados deste momento de vida.

É importante uma maior frequência para que o paciente consiga criar o vínculo terapêutico e para que não se esqueça do processo, até que o declínio cognitivo aumente e eventualmente impossibilite a terapia.

A terapia cognitiva estimula a memória de portadores de Alzheimer?

Algumas terapias podem estimular a preservação da memória nos portadores de Alzheimer.

O cérebro pode se beneficiar de técnicas que estimulem a comunicação, reflexão, conexões e memória, que possibilitem novos aprendizados, e fortaleçam as habilidades sociais, a fim de aumentar as conexões cerebrais, e estimulem o contato profundo com sua história e o relacionamento saudável com outras pessoas.

O acompanhamento psicoterápico pode auxiliar grandemente as pessoas de todas idades, e também o portador de Alzheimer,

Isto acontece porque passar por um processo terapêutico possibilita que cada pessoa avalie e amplie sua resiliência, encontre um contexto de sentido para sua existência, e aprenda a mudar a perspectiva quando problemas ou doenças acontecem.

É importante que as pessoas sejam encaminhadas a um processo psicoterápico sempre que necessitarem, mas para que isso aconteça os profissionais da saúde que dão os primeiros atendimentos e mesmo os especialistas deveriam conhecer os benefícios da psicoterapia, e principalmente já terem experimentado o processo para sentir realmente os benefícios.

A verdade pode ser difícil, mas sempre será mais benéfica que a mentira, além do que só podemos agir naquilo que conhecemos.

O portador da doença de Alzheimer pode ter noções errôneas a respeito da doença e como consequência sentir-se pior do que seria se conhecesse realmente sua condição, todas possibilidades de tratamento e o que esperar durante sua evolução.

A família e amigos devem informar e acolher, sem superproteger nem abandonar.

Deve manter a vida saudável, com expectativas de futuro e planos, participando ativamente de seu tratamento e modificando o estilo de vida para que seja mais saudável colaborando com a melhora da qualidade de vida.

Na fase inicial da doença o tratamento psicoterápico pode seguir o modelo tradicional, que depende da abordagem escolhida, já que o paciente ainda tem lucidez e consciência, pode conversar, argumentar e refletir.

Com a evolução da doença, pode ser que o paciente perca sua capacidade cognitiva, sua memória, capacidade de comunicação, e neste momento ou se encontra uma forma de continuar com a terapia, através de outra técnica, talvez mais lúdica, ou pode ser que se tenha de interromper o processo terapêutico.

Todos cuidadores de pessoas com doenças graves devem se cuidar a fim de aprenderem a lidar com a dor dos outros e com a sua própria, fortalecer a resiliência e capacitar-se melhor para o autocuidado e o cuidado do outros.

Como os cuidadores destes pacientes sofrem grande sobrecarga e apresentam graus variáveis de problemas de saúde física e mental, o que também afeta os pacientes, o suporte e treinamento dos familiares e cuidadores apresenta resposta positiva no comportamento dos pacientes, que apresentaram menos agressividade, melhora da depressão e agitação, diminuição da necessidade de medicamentos e maior tempo de permanência em casa antes da institucionalização.

Com os cuidadores, há necessidade de se realizar a psicoterapia, e informações e orientações para que consigam lidar melhor com este momento de vida em que terão uma carga grande de exigências físicas e mentais.

Os cuidadores devem ter consciência que esta doença é incurável, progressiva, para que possam se organizar, no ambiente, e nas suas emoções a fim de manter um nível de saúde e qualidade de vida.

Também a participação em grupos de apoio e palestras informativas são aliados importantes para aumentar as habilidades para lidar com a situação.

Buscar informações de fontes fidedignas é fundamental para se compreender a doença de um familiar, sua possível evolução, prognósticos, além de opções de tratamentos disponíveis.

Para isso deve-se conversar com o médico assistente, familiares e cuidadores de pessoas portadoras da mesma doença, além de também adquirir informações de sites e grupos especializados nesta doença.

O conhecimento é uma necessidade quando lidamos com a saúde. A ignorância impossibilita as ações corretas, a compreensão e os cuidados.

Que sempre estejamos em busca da saúde e da qualidade de vida!