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Conexão corpo-mente gerando saúde ou desencadeando doenças – Parte 2

Conexão corpo-mente gerando saúde ou desencadeando doenças – Parte 2

Pesquisas recentes demonstram a correlação entre problemas de saúde mental e problemas físicos, que podem gerar um ao outro, devido às complexas conexões existentes entre o corpo e mente, que se comportam como um sistema integrado, como comprovado por áreas de estudo, dentre elas a psiconeuroimunoendocrinologia e sua visão sistêmica da saúde e da doença.

No post anterior falamos sobre como a abordagem da medicina convencional isoladamente tem se mostrado ineficiente, evidenciando a necessidade da mudança de estilo de vida para a saúde.

Neste segundo post desta série continuaremos abordando este tema com novas informações, os desafios da medicina e as opções de tratamento, incluindo as práticas integrativas.

A saúde no mundo, em geral, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento apresentam inúmeros desafios a serem superados.

Pode-se dizer que há uma crise na Medicina, que não é técnica ou na produção de conhecimento do saber médico, que continua evoluindo, contrastando com o aumento dos indicadores de doenças crônicas não transmissíveis, obesidade e doenças psiquiátricas.

A Medicina convencional há muitos anos vem se aprimorando dentro daquilo que se propõe, o diagnóstico de doenças, novos medicamentos, cirurgias, tratamentos genéticos, cada vez mais modernos, avançados e caros.

Num período menor que 100 anos a medicina evoluiu muito, saímos da descoberta do primeiro antibiótico, a penicilina, para a pesquisa com células tronco e, engenharia genética, transplantes de órgãos e medicamentos cada vez mais potentes.

O esperado seria percebermos a melhora da saúde em todos níveis, a redução das doenças, e as pessoas vivendo vidas saudáveis, com alegria e satisfação.

A realidade que se apresenta é outra.

Dados epidemiológicos mostram que nos países desenvolvidos há o crescimento dos indicadores de doenças crônicas como o diabetes mellitus, a hipertensão arterial, da obesidade, de diversos tipos de câncer e psicopatias.

Além disto, também constatamos nos países em desenvolvimento uma evolução destas mesmas doenças junto ao ressurgimento de epidemias de sarampo, tuberculose, malária, dengue, AIDS e gastroenterites.

Além disso constatamos impotentes o alarmante crescimento dos transtornos psicológicos e psiquiátricos, de potencial altamente incapacitante.

A ansiedade, o estresse e a depressão além de outras doenças psiquiátricas manifestam-se nas crianças, adultos e idosos.

Muitas destas doenças têm origem epigenética (epi significa acima de), não exclusivamente genética.

Acima da predisposição genética estão o estilo de vida, comportamentos, escolhas e decisões quanto ao que iremos comer, se iremos nos exercitar, fumar, ingerir álcool ou drogas, cuidar bem de nosso emocional e ampliar a consciência.

Estes são os fatores que irão determinar se adoeceremos ou permaneceremos saudáveis, se os genes das doenças ou os da saúde que serão ativados ou desativados.

Não há remédios para fazer com que escolhamos com sabedoria e consciência, somente remédios para tratar, ou remediar as condições de saúde que nosso comportamento nos trouxer.

A maneira como a medicina e também a psicologia contemporânea focam na doença, nos sintomas, no diagnóstico em detrimento das pessoas que adoecem pode ser uma das explicações para a incongruência do avanço da tecnologia biomédica simultânea à explosão das doenças crônicas e mentais, e uma das explicações do porque as pessoas buscam cada vez mais especialidades da medicina integrativa para seus tratamentos.

A racionalidade médica ocidental não se dá conta que não deveria ser somente um saber científico, mas também uma arte de curar.

A Medicina Integrativa busca ser essa arte de curar que há muito foi perdida no tecnicismo e no olhar para o micro em detrimento do todo e do sistema.

No próximo e terceiro artigo, comentaremos sobre algumas opções existentes dentro das Práticas Integrativas que devem se somar ao arsenal da medicina convencional para otimizar os tratamentos e a visão de doença e saúde, focando na qualidade de vida.