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Câncer de mama: a solidão aumenta o risco da recidiva da doença!

Câncer de mama: a solidão aumenta o risco da recidiva da doença!

Estudos realizados demonstram que os relacionamentos sociais são muito importantes para a saúde física e mental.

Um dos seis domínios da qualidade de vida é associado aos relacionamentos sociais.

Quanto mais envelhecemos, mais relevante é o papel das redes sociais de apoio, do compartilhar experiências e de ter amizades e relacionamentos, para a nossa saúde.

Também no caso do câncer de mama, os relacionamentos tem papel fundamental. Mulheres que sentem solidão têm aumentado o risco de morte por reincidência do câncer de mama.

O estudo foi publicado no periódico científico Câncer, e mostrou que mulheres solitárias que se trataram de um câncer de mama tem 60% mais de probabilidade de morrer por recidiva do tumor do que as mulheres que são mais ativas socialmente e tem relacionamentos afetivos.

Pesquisadores do instituto Kaiser Permanente dos Estados Unidos, fizeram o seguimento de mais de 9000 mulheres com câncer de mama durante cerca de 10 anos após o diagnóstico para avaliar as condições de saúde e recorrência da doença.

As mulheres que se sentiam isoladas, com uma pobre vida social tinham aumento no risco de morte, uma probabilidade cerca de 40% maior da doença reincindir.

Estas mulheres que não tinham apoio durante o tratamento, muitas vezes não conseguiam ter forças para cozinhar, e viviam com lanches e alimentos não nutritivos, por vezes faltavam às consultas e não aderiam adequadamente aos tratamentos.

As mulheres que tinham um cônjuge, relacionamentos satisfatórios familiares e de amizade, que participavam em atividades comunitárias e religiosas tinham diminuídos os riscos de recidiva do câncer e maior sobrevivência a longo prazo, o que corrobora pesquisas anteriores que demonstravam maior risco de mortalidade geral em pessoas que tinham baixos níveis de relacionamento social.

A pesquisadora Candyce Kroenke, coordenadora do estudo afirmou que os resultados “confirmam a influência geralmente benéfica dos laços sociais na recorrência e mortalidade do câncer de mama; no entanto, eles também apontam para complexidade, já que nem todos os laços sociais são benéficos e não em todas as mulheres”.

Isto significa que mesmo em um relacionamento com um cônjuge, algumas mulheres que não tinham amigos continuavam a se sentir isoladas. Elas continuavam tendo igualmente o risco aumentado para a recidiva da doença.

Segundo a Dra. Candyce, a vida social deve ser avaliada na totalidade, para que pudesse ser feito um prognóstico mais acertado sobre a doença.

Num mundo em que as pessoas tem milhares de “amigos” nas redes sociais, e continuam a sentir-se sozinhas, investir em relacionamentos de qualidade, presenciais, satisfatórios, plenos, olho no olho parece ser um antídoto para o vazio e o aumento da recidiva das doenças potencializadas pela solidão.