Câncer, a prevenção e o tratamento requerem um olhar sistêmico!
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Certamente todos nós desejamos o melhor para nossas crianças.
Queremos que sejam felizes, que se deem bem na vida, queremos que não sofram nunca.
Fazemos com que estudem idiomas, música, frequentem boas escolas, pensamos que fazemos tudo o que está ao nosso alcance para que possam ser felizes e também realizadas na área acadêmica e profissional.
Só que muitas vezes esquecemos ou não nos damos conta que para que conquistem tudo isto, algumas condições básicas são imprescindíveis, porém por desconhecimento ou descuido, deixamos de proporcionar estas noções aos pequenos.
Dentre outras são a educação para a vida, autoconhecimento, resiliência, ética, como manter relacionamentos saudáveis, espiritualidade, educação financeira, e educação para a saúde e qualidade de vida.
Vamos falar agora sobre a saúde das crianças.
Schoppenhauer nos faz refletir com seus enunciados: “Em geral, nove décimos da nossa felicidade baseiam-se exclusivamente na saúde. Com ela, tudo se transforma em fonte de prazer” e a também atribuída a ele “O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem”.
Sem poupar saúde para o futuro, como poderão nossas crianças desfrutar dos benefícios de um bom estudo, de uma boa profissão ou mesmo de uma boa situação sócio econômica?
Não basta somente levá-las ao médico quando estão doentes ou seguir o calendário de vacinações.
Uma vida saudável tem muito a ver com promoção da saúde e prevenção de doenças.
A obesidade é uma doença que pode desencadear as temidas doenças crônicas que mais matam na atualidade: as doenças cardiovasculares (infartos, derrames, doenças do coração), diabetes mellitus, alguns tipos de câncer, doenças imunológicas, osteomusculares e psicológicas dentre outras.
As crianças brasileiras estão entre as mais gordinhas do mundo. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, um terço das crianças entre 5 e 9 anos estão acima do peso. A chance que cresçam e se tornem obesas e portadoras destas doenças crônicas, e tenham uma expectativa de vida reduzida aumentam muito com a obesidade.
Os pais muitas vezes têm dificuldade em perceber se seus filhos estão acima do peso, principalmente se eles próprios são obesos, e assim demoram demais para tomar uma atitude.
Na Espanha e no Reino Unido, uma pesquisa mostrou que de 30% a 45% dos entrevistados não conseguiam identificar o excesso de peso nos filhos, a não ser que a criança fosse muito obesa.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 42 milhões de crianças menores de cinco anos estão acima do peso no mundo, das quais 35 milhões estão em países em desenvolvimento e há 92 milhões de crianças com risco para sobrepeso e obesidade.
O mundo mudou, as crianças não tem mais liberdade de correr e brincar na rua, e o sedentarismo se tornou a principal causa de obesidade na infância, e a atividade física uma maneira de preveni-la.
Os pais servem de modelo para o estilo de vida que a criança leva. Filhos de mães ativas têm 60% mais chances de serem ativos e filhos de ambos pai e mãe ativos tem até 80% de chance de serem ativos.
Conheça alguns erros que devemos evitar na alimentação das crianças:
– Sempre oferecer o mesmo cardápio à criança, pois podem enjoar e além disto faltar alguns nutrientes essenciais na dieta.
– Permitir tudo o que a criança quer comer, geralmente ela irá escolher alimentos ricos em gorduras e carboidratos (junk food), pois são mais palatáveis. Escolha uma refeição no final de semana e deixe que ela faça algumas escolhas, selecione as melhores dentre elas. Algumas não deveriam nunca ser permitidas.
– Oferecer doces e guloseimas como recompensa se ela comer a refeição. Passa a mensagem que terá algo bom(doce) se aceitar aquilo que é ruim (refeição).
– Do mesmo modo ameaçar punir a criança se não comer a salada ou a fruta, pois isto gera mais raiva com a refeição.
– Deixar a criança comer vendo TV ou se distraindo com games ou brinquedos. A hora de comer deve ser um momento para os pais desenvolverem nos filhos a alimentação atenta e consciente (mindfulness), que traz mais satisfação e saúde.
– Substituir a refeição que a criança não quis fazer por mamadeira ou lanche.
– Beliscar entre as refeições.
– Deixar de insistir quando a criança não quer provar algum alimento, pois geralmente são necessárias algumas tentativas para a criança se habituar com algum tipo de alimento desconhecido.
Os pais ou cuidadores têm de ser os primeiros a dar o exemplo seguindo uma refeição saudável e um estilo de vida ativo. A criança sempre modela, num grau maior ou menor seu comportamento.
As crenças, valores e hábitos que desenvolvemos, inclusive sobre alimentação, são originados na infância.
Aproveite e “instale” bons hábitos nos pequenos.
Fazer com que nossas crianças cresçam ativas e saudáveis é uma herança maravilhosa que deixaremos para elas.