Câncer, a prevenção e o tratamento requerem um olhar sistêmico!
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O cérebro é o órgão que coordena todas funções de nosso organismo, como um maestro rege uma orquestra.
Esse órgão de menos de 2 quilos, que não chega a 3% do peso total do corpo, recebe cerca de 25% de nossa circulação arterial e tem um metabolismo energético altíssimo.
Não consegue viver por mais de poucos minutos sem oxigênio, é uma estrutura altamente complexa e ainda não totalmente desvendada pela ciência.
O sistema integrado Corpo-Mente interage com estímulos externos perceptíveis e não perceptíveis ao nosso redor e à distância, e internos de nosso psiquismo e fenômenos orgânicos, o que determinará nossas condições de saúde física e mental. Como um todo, o corpo interfere e interage com a mente e vice-versa.
As doenças somáticas ou orgânicas são aquelas que se manifestam no corpo (soma). Desde as doenças funcionais como alergias, inflamações agudas, infecções virais e bacterianas até as doenças crônicas como a hipertensão arterial, diabetes e outras que provocam alterações permanentes e devem ser tratadas de maneira contínua para que sejam controladas e não coloquem a vida em risco.
Temos de observar que as doenças puramente somáticas não são tão comuns. Sempre pode haver uma causa psíquica adjacente à uma doença somática, fato não reconhecido pela medicina nem pela psicologia.
A Doença Psicossomática é uma doença física, com causa psicológica. Podemos encontrar alterações clínicas e laboratoriais.
A causa pode estar inconsciente, pois não houve a possibilidade de reconhecer, tornar consciente e verbalizar os sentimentos e emoções, então o corpo adoece.
Segundo algumas teorias, a mente equivale à consciência e é um epifenômeno do cérebro, ou seja, criada a partir da atividade cerebral e os construtos mentais tem como consequência a modificação da própria estrutura do cérebro.
Um estado emocional negativo pode influenciar a saúde física de diversas maneiras. Uma pessoa ansiosa e estressada pode sentir-se acelerada, sobrecarregada, impotente, e suas adrenais, também chamadas supra-renais, secretam a adrenalina e o cortisol, o que interfere com este próprio eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, desregulando-o e levando ao adoecimento.
Essa desarmonia afeta o ritmo circadiano ou relógio biológico, causando um desequilíbrio na secreção de diversos hormônios, afetando a resposta imunológica, o sono, o humor, a vitalidade, digestão, até chegar a fases extremas nas quais são alterados os mecanismos de homeostase ou equilíbrio do sistema, desencadeando doenças crônico-degenerativas como a hipertensão, síndrome metabólica e problemas cardiovasculares, dentre outros.
Assim como a mente pode adoecer o corpo, o inverso também funciona. Quando há uma doença física, acarretando dor, disfunções, baixa de vitalidade e outros sintomas, estas informações e sintomas alteram nossa percepção e modo como lidamos com o mundo e com nosso corpo, gerando sintomas emocionais como alteração de humor, disposição, ansiedade ou depressão, o que perpetua o ciclo da doença.
Os fatores de risco para doenças somáticas podem ser físicos como traumatismos, vírus, bactérias, toxinas ambientais e alimentares, substâncias alergênicas, temperaturas excessivamente frias ou quente dentre outras.
Por vezes, a exposição a esses fatores também têm origem em nossa psiquê. A prevenção se dá cuidando do equilíbrio do corpo, com um bom estilo de vida, alimentação saudável, gerenciamento do estresse e cuidando das causas emocionais das doenças, lidando com a ansiedade e buscando bons relacionamentos e um sentido para a vida a fim de sermos atraídos pelo futuro, um antídoto para a depressão que nos fixa no passado.
A depressão é uma doença cuja incidência aumenta cada vez mais em todo o mundo, atingindo pessoas em várias faixas etárias e classes sociais, apesar do avanço dos tratamentos e medicamentos antidepressivos.
O depressivo tem um “excesso de passado” e marcadamente uma “falta de futuro”. Vive remoendo acontecimentos, mágoas, arrependimentos e não consegue planejar sua vida em direção ao futuro nem tem metas ou projetos que o impulsionem para adiante. Fazer com que tenha ações e movimentos focados no presente e cuidados ativos com sua saúde estimulará uma nova percepção e redescoberta de seu corpo, de suas emoções e o reconectará com o fluxo da vida.
Pesquisas indicam que as abordagens integrativas e complementares podem ser auxiliares efetivos que se somam aos tratamentos convencionais para benefício de todos pacientes.
A homeopatia e a acupuntura são especialidades médicas que podem ser utilizadas, além da fitoterapia, da psicoterapia e da meditação. A meditação é uma prática integrativa e complementar nos casos de depressão crônica ou grave, quando auxilia a reduzir os sintomas e acelerar a recuperação do paciente depressivo, e também pode ser utilizada isoladamente em casos leves e iniciais dos sintomas depressivos. Nos casos graves, ela fará parte do repertório composto de medicamentos, psicoterapia, hábitos de vida saudável e especialidades da medicina integrativa e complementar.